Falar sobre mães sempre é um exercício de lembrança de muitos anos de devoção e sacrifício delas em prol dos filhos. Falo isso porque tenho uma mãe que dedicou toda a sua vida pelos seus quatro filhos. Ela colocou na cabeça que tinha que ter todos os filhos com curso superior e que daria tudo e faria de tudo para isso. Se sacrificou, mesmo. Trabalhava em casa, fazendo qualquer coisa que desse para ganhar algum dinheirinho a mais para poder usar com os filhos. Para comprar alguma roupa, algum livro, material didático até algum brinquedo.
Nossa família não era pobre, mas tínhamos muita limitação de recursos. Meu pai trabalhava muito e nos dava um sustento digno, mas era difícil o "algo mais". Essa era a parte da minha mãe.
E disso fazia parte um amor e carinho incondicional. Muitas preocupações, noites sem dormir cuidando dos filhos doentes. Eu sempre digo que hoje estou vivo por causa da minha mãe. Com 10 anos de idade tive uma doença infecciosa que só foi curada porque minha mãe se doou por mim. Vinte e quatro horas por dia até todos os exames dizerem que eu estava curado. É possível não amar uma mãe como essa? Todos os meus irmãos também a amam. Uma mulher guerreira. Batalhadora de verdade. Uma ursa quando era para defender os filhos. Um lindo passarinho quando vinha com cuidado nos alimentar na boca. Hoje meu pai está muito doente. Câncer. Terminal. Minha mãe cuida dele diuturnamente como se fosse a sua própria mãe. O instinto dela, por mais doloroso e cansativo que seja, não a deixa parar de cuidar.
Essa é minha mãe.
Acho que igual a muitas outras mães por aí, capazes de até darem sua vida pelos
seus filhos, pelos seus amores. Assim, faço da minha mãe a "Mãe do
Ano". De todos os anos. Como a mãe de todos nós.
Não quis simplesmente enviar uma mensagem de "Dia das Mães" como todos mandam. Palavras bonitas, mas superficiais. Quis dar um depoimento verdadeiro do que é ser mãe. Mas é óbvio que ela merece todas as palavras bonitas que puderem ser ditas. Até as superficiais. Afinal, mãe merece tudo!
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